segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!



"Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!" - 1º Co 9:16

Há muitas questões sobre se ter o chamado de Deus em Sua Obra, mas a Palavra de Deus é muito clara sobre o Ide (Mt. 28:19,20). É observado em muitos cristãos uma desculpa em pregar o Evangelho por não ter o chamado, porém falar das Boas Novas de Cristo não se resume em pregar formalmente num púlpito e sim ir muito além com o seu modo de agir, conversar, cuidar, animar,... usando o Dom que Deus lhe deu. Todos que são salvos são chamados para dar testemunho da verdade da sua salvação.
Ao explicar seu ministério (1ºCo: 9:16-18), Paulo faz questão de dizer que sua atividade nada mais é do que uma resposta obediente à vocação que o Senhor lhe deu: “Ai de mim, se não pregar o evangelho”. Existe no nosso meio, uma postura leviana, quando o problema da vocação é enfocado. A tendência de alguns é enfatizar apenas o lado do Espírito Santo: “é Ele quem distribui Seus Dons”. Portanto, o raciocínio continua, “o Senhor nos chama, mas nós temos a liberdade de decidir se podemos ou não cumprir a vocação”. Neste contexto, aliás, muitas vezes é citado erradamente o “muitos são chamados, mas poucos os escolhidos...”
Paulo, escrevendo aos Coríntios sobre sua vocação, assume uma atitude de obrigatoriedade. Para o apóstolo, o crente não deve pensar que cumprir sua vocação seja uma questão opcional. Nossa vocação, qualquer que ela seja, faz parte do plano divino para o estabelecimento do Seu Reino.
É importante buscarmos no Senhor a finalidade da nossa existência, somos criados para a Glória de Deus, portanto quais são os Dons que cada um de nós fomos presenteados? (é necessário compreender que talento é diferente de Dom)
É interessante observarmos alguns exemplos:
1-      Temos que estar com o suprimento – Palavra – Assim como a mulher samaritana recebeu de Cristo a verdadeira água levou-a para o sue povo. Levou a Boa Notícia. O conhecimento. O Evangelho.
2-    Jesus disse que os discípulos tinham que ter a verdadeira e boa comida, para dar ao povo que estava chegando por causa daquela mulher que saiu apressadamente (Jo 4: 28,29, 34, 35).
3-    Paulo aprendeu de Deus que somos um corpo e para cumprir a Missão de Cristo devemos estar ciente que cada um de nós temos uma função para cumprir, em unidade, o Ide – 1ºCo 3:5-11
 É percebido na Palavra que para ser "separado para o evangelho" significa ser capaz de ouvir o chamado de Deus (Rm 1:1). O convertido à Cristo ouve esse apelo, um lindo amor pela Obra de Deus é produzido e ele entende que é chamado para produzir por meio de Jesus o Ide utilizando seus Dons e talentos para a Glória de Deus.
Se minha vocação é ser mestre, ai de mim se não ensinar. Se minha vocação é ser pastor, ai de mim se decidir não cuidar do meu próximo (das ovelhas quais Deus confiou a mim)... Ai de mim, se me negar a ser o que Ele quer que eu seja.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Construa, mas fuja do orgulho

“Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” – 1ªJoão 2:16-17

"“Ministro do púlpito” apresentou o orador: "Temos a honra de ter um distinto convidado. O Dr. Paulo, de Tarso, dedicará nossas novas instalações de 7,3 milhões de dólares, que é aclamada através de toda Jerusalém. É muito bom ter um irmão tão estimado conosco. O Dr. Paulo tem um doutorado em teologia da Universidade de Jerusalém, e tem pregado em algumas das nossas maiores igrejas. Também, ele fez trabalho missionário nas principais cidades da Europa. Não há ninguém maior entre nós. Queiram dar-lhe as boas-vindas com uma entusiástica salva de palmas."

Li a citação acima de um exemplo existente num artigo. Conquanto fora do caráter do Novo Testamento, isto é bastante comum, nos dias atuais. Como é sutil a "soberba da vida".


Primeiro ponto é analisar o que seja o orgulho (arrogância, vaidade). O orgulho tem seu gênesis em Lúcifer e consequentemente na queda.  A bíblia diz que Lúcifer, tomado de orgulho, desejou ser igual a Deus e maior que todos, e com esse ego-absoluto caiu e passou para toda a humanidade esse “vírus” de orgulho, quando propôs aos nossos pais a possibilidade de serem iguais a Deus, isso gerou em todos nós um “ego-absoluto” que não admite ser contrariado, e que carrega o desejo de ser mais que os outros, e estar acima dos outros, ser melhor que os outros, e de olhar os outros de cima para baixo.
Observando isso é possível citar pelo menos, quatro manifestações de orgulho: honrando indevidamente, ou de forma indevida, os homens;  competindo com as diferentes denominações (ou dentro delas) na construção de Templos;  apelando para mentes carnais, citando realizações mundanas; e medindo a grandeza pelo tamanho.
Geralmente é considerado “Dê honra a quem a honra é devida” (Rm 13:7), porém é necessário agir em real conformidade com a Palavra. Não é difícil ouvir, principalmente em congressos, oradores elogiados e exaltados por, pelo menos, duas apresentações e aplaudidos antes e depois dos sermões. Há anos que as reuniões evangélicas anunciam o "Dr. Fulano". Os boletins de igrejas incluem a lista de auxiliares, "Dr. Sicrano" e "Dr. Beltrano", diferenciando dos homens de menor escolaridade que são relacionados simplesmente pelos seus nomes. Certamente os homens ganham o direito profissional de ser chamados "doutor", mas com que proveito são esses títulos usados num ambiente espiritual? Será disso que Mateus 23:1-12 trata? Há honra maior do que ser um "irmão" em Cristo? É importante respeitar e estar feliz com  as realizações dos irmãos, e é possível se referir à eles como "doutor" em um ambiente profissional, mas não foi  o "Dr. Fulano" convidado para "nos dirigir numa oração ou para ministrar o sermão e sim um servo de Deus".
O mesmo é possível diagnosticar um erro existente na política, onde pastores, padres, missionários, entre outras nomenclaturas que mostram a religiosidade do indivíduo, quem está se candidatando é o cidadão fulano e não o contrário (mas sempre exemplar por ser servo e possuindo um chamado ao ministério pastoral, por exemplo).
É necessário deixar claro que não há nada de errado com edifícios atraentes e úteis, mas estamos construindo ferramentas para o serviço a Deus ou obras espetaculares para atrair o mundo? Qual são os reais objetivo e intenção?  Será que essa construção é a cara da comunidade ou seria melhor investir esse capital, por exemplo, num trabalho social?
Damos graças a Deus pelo crescimento, mas o crescimento pode dar ocasião ao orgulho, e isso não é a única medida do sucesso espiritual. É triste observar a importância dada por alguns à números de batismos, de classes sociais dentro dos templos, ...  É verdade que  Atos fala de 3.000 e 5.000 almas, e como o número multiplicava, porém não na linguagem do orgulho!
Tais atitudes são carnais, apelando para o orgulho carnal dos homens. Paulo repreendeu os coríntios porque "ainda sois carnais...e andais segundo o homem"? (1 Coríntios 3:3). Ele lembrava-os de que "as armas da nossa milícia não são carnais" (2 Coríntios 10:4). Nós, também, podemos cair em tal erro se não prestarmos atenção em tais passagens como Tiago 2:1-9, que nos adverte contra este apelo à carne, ao carnal, mostrando acepção de pessoas quando cortejamos os ricos e ignoramos os pobres.


Porque a resposta do evangelho a esse pecado é o amor. Quando amamos ao outro como Jesus nos amou, o orgulho não encontra guarida em nossa vida (FL 2:3-11);  Quando estamos rendidos ao Espírito Santo, manifestamos seu fruto: humildade (GL 5:22)
Mas o Espírito de Deus produz ... a humildade. Que o Espírito de Deus, que nos deu a vida, controle também a nossa vida! Nós não devemos ser orgulhosos.
Preguemos e ensinemos até não podermos mais, mas usemos o poder de atração de um Cristo exaltado —o evangelho— e não procuremos engodar os homens através de apelos carnais (João 12:32; 1 Coríntios 2:1-5).
Ao Senhor seja a glória!