“Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.
E o mundo passa, e a sua concupiscência, mas aquele que faz a vontade de Deus
permanece para sempre.” – 1ªJoão
2:16-17
"“Ministro do púlpito” apresentou o orador:
"Temos a honra de ter um distinto convidado. O Dr. Paulo, de Tarso,
dedicará nossas novas instalações de 7,3 milhões de dólares, que é aclamada
através de toda Jerusalém. É muito bom ter um irmão tão estimado conosco. O Dr.
Paulo tem um doutorado em teologia da Universidade de Jerusalém, e tem pregado
em algumas das nossas maiores igrejas. Também, ele fez trabalho missionário nas
principais cidades da Europa. Não há ninguém maior entre nós. Queiram dar-lhe
as boas-vindas com uma entusiástica salva de palmas."
Li a citação acima de um exemplo existente num artigo.
Conquanto fora do caráter do Novo Testamento, isto é bastante comum, nos dias
atuais. Como é sutil a "soberba
da vida".
Primeiro ponto é analisar o que seja o orgulho (arrogância,
vaidade). O orgulho tem seu
gênesis em Lúcifer e consequentemente na queda. A bíblia diz que Lúcifer, tomado de orgulho,
desejou ser igual a Deus e maior que todos, e com esse ego-absoluto caiu e passou
para toda a humanidade esse “vírus” de orgulho, quando propôs aos nossos pais a
possibilidade de serem iguais a Deus, isso gerou em todos nós um “ego-absoluto”
que não admite ser contrariado, e que carrega o desejo de ser mais que os
outros, e estar acima dos outros, ser melhor que os outros, e de olhar os
outros de cima para baixo.
Observando isso é possível citar pelo menos, quatro
manifestações de orgulho: honrando indevidamente, ou de forma indevida, os
homens; competindo com as diferentes denominações (ou
dentro delas) na construção de Templos; apelando para mentes carnais,
citando realizações mundanas; e medindo a grandeza pelo tamanho.
Geralmente é considerado “Dê honra a quem a honra é
devida” (Rm 13:7), porém é necessário agir em real conformidade com a Palavra. Não
é difícil ouvir, principalmente em congressos, oradores elogiados e exaltados
por, pelo menos, duas apresentações e aplaudidos antes e depois dos sermões. Há
anos que as reuniões evangélicas anunciam o "Dr. Fulano". Os boletins
de igrejas incluem a lista de auxiliares, "Dr. Sicrano" e "Dr.
Beltrano", diferenciando dos homens de menor escolaridade que são relacionados
simplesmente pelos seus nomes. Certamente os homens ganham o direito
profissional de ser chamados "doutor", mas com que proveito são esses
títulos usados num ambiente espiritual? Será disso que Mateus 23:1-12 trata? Há
honra maior do que ser um "irmão" em Cristo? É importante respeitar e
estar feliz com as realizações dos irmãos,
e é possível se referir à eles como "doutor" em um ambiente
profissional, mas não foi o
"Dr. Fulano" convidado para "nos dirigir numa oração ou para
ministrar o sermão e sim um servo de Deus".
O mesmo é possível diagnosticar um erro existente
na política, onde pastores, padres, missionários, entre outras nomenclaturas
que mostram a religiosidade do indivíduo, quem está se candidatando é o cidadão
fulano e não o contrário (mas sempre exemplar por ser servo e possuindo um
chamado ao ministério pastoral, por exemplo).
É necessário deixar claro que não há nada de errado
com edifícios atraentes e úteis, mas estamos construindo ferramentas para o
serviço a Deus ou obras espetaculares para atrair o mundo? Qual são os reais
objetivo e intenção? Será que essa
construção é a cara da comunidade ou seria melhor investir esse capital, por
exemplo, num trabalho social?
Damos graças a Deus pelo crescimento, mas o
crescimento pode dar ocasião ao orgulho, e isso não é a única medida do sucesso
espiritual. É triste observar a importância dada por alguns à números de
batismos, de classes sociais dentro dos templos, ... É verdade que Atos fala de 3.000 e 5.000 almas, e como o
número multiplicava, porém não na linguagem do orgulho!
Tais atitudes são carnais, apelando para o orgulho
carnal dos homens. Paulo repreendeu os coríntios porque "ainda sois carnais...e andais segundo
o homem"? (1 Coríntios 3:3). Ele lembrava-os de que "as armas da nossa milícia não são
carnais" (2 Coríntios 10:4). Nós, também, podemos cair em tal
erro se não prestarmos atenção em tais passagens como Tiago 2:1-9, que nos
adverte contra este apelo à carne, ao carnal, mostrando acepção de pessoas
quando cortejamos os ricos e ignoramos os pobres.
Porque a resposta do evangelho a esse pecado é o amor. Quando amamos ao outro como Jesus nos amou, o orgulho não encontra
guarida em nossa vida (FL 2:3-11); Quando estamos rendidos ao Espírito Santo,
manifestamos seu fruto: humildade (GL 5:22)
Mas o Espírito
de Deus produz ... a humildade. Que o Espírito de Deus, que nos deu a vida, controle
também a nossa vida! Nós não devemos ser orgulhosos.
Preguemos e ensinemos até não podermos mais, mas
usemos o poder de atração de um Cristo exaltado —o evangelho— e não procuremos
engodar os homens através de apelos carnais (João 12:32; 1 Coríntios 2:1-5).
Ao Senhor seja a glória!
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