sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Falando de igreja ... Há contradição?

Quando é mencionado o nome igreja, muitos pensamentos ocorrem nas mentes das pessoas. Ouve-se de tudo um pouco ... Como pode a igreja sendo uma instituição divina, ser alvo de tantas contradições? Como pode a igreja pregar a paz em Jesus Cristo e dentro das suas fileiras as pessoas estão muitas vezes se digladiando? Como pode a igreja pregar uma ética cristã baseada no Reino de Deus e dentro dela as pessoas estão fazendo as mais incríveis idiotices?
É necessário muita calma!! Nesse blog é refletido sobre a Igreja do Senhor ... sobre o ide ... sobre o ser humano nesse ide ... sobre a missão de Deus. Mas não tem como tampar os ouvidos para o que muitas pessoas dizem, ou seja, que há certas contradições dentro de  instituições evangélicas, resultando em pessoas feridas e sem cuidado. É visto que nesse contexto de convivência não há nada de diferente ao que as Escrituras nos mostram, um exemplo está na 1ª carta de Paulo à igreja de Coríntios "Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer." - 1Co 1:10

Então vai a pergunta de muitos ... Por que a igreja é contraditória? Creio que é importante meditar sobre este tema com mais freqüência, porque a cada dia que passa esta mesma igreja esta sendo alvo dos mais diversos ataques de quase todos os setores da sociedade.
É interessante analisar, ainda que brevemente, algumas causas que levam a pensar que a igreja é "contraditória". Quatro coisas que não se pode esquecer:

1. Não pode-se esquecer de que mesmo salvos pela graça de Deus, ainda estamos sujeitos ao pecado.
Se o crente não vigiar a velha natureza pode voltar, e voltar com força tal que se age com impulsos carnais. "Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito, e o Espírito o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam." - Gl.5.17. Quando isto acontece, não somente pecamos contra Deus, mas cometemos ações que serão alvos de olhares reprovadores. “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça” - Rm 6.12-14.

“Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?”- Rm 6.1-2.

É necessário zelar para que o princípio do pecado não mais nos domine. "Devemos vigiar para andarmos sempre à vista diretiva do Espírito Santo. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito" - Gl 5:25

2. Não podemos nos esquecer que nós somos um corpo diversificado.
Ainda que a unidade esteja fundamentada em Cristo nós temos uma grande diversidade de dons e talentos na igreja. Muitas vezes não sabemos trabalhar esta questão com sabedoria e infelizmente há líderes que cooperam em seu auxílio em ensinar e admoestar. “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito” - 1Co 12.12-13.
Há situações onde uns querem impor um pensamento, uma ideia sem levar em consideração o todo da igreja. A solução é respeito pelo outro e seus pensamentos. “Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros” - Fp 2.3-4.

3. Não podemos nos esquecer que dentro da igreja há pessoas que não são salvas.
Pessoas que parecem que são crentes porque praticam certas atividades tais como cantar no coral, participar de alguns departamentos, dar o dizimo, etc. Todavia, não experimentaram a graça salvadora ainda.“Deixai-os crescer juntos até à colheita, e, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro” - Mt 13.30.
É importante incentivar sempre para que a entrega da vida seja a Cristo e não a uma instituição chamada igreja. A igreja é o meio pelo qual a pessoa cresce e desenvolve a vida cristã, mas ela não salva a ninguém. “Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas” - Fp 3.18-19.
Há uma grande diferença entre igreja (instituição) e Igreja (Noiva de Cristo).

4. Não podemos nos esquecer de que existe o problema da liderança que não está em sintonia com o rebanho.
Infelizmente há líderes que não entendem que o papel a eles confiado foi de apascentar o rebanho e não de dominar sobre ele ou simplesmente se comportar como um líder laissez faire (palavra francesa: deixar fazer). “Rogo, pois, … pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho” - 1Pe 5.1-3.
Os que exercem a liderança na igreja devem ser humildes com atitudes semelhantes àquelas encontradas nas páginas das Escrituras Sagradas e modelar a liderança no exemplo do Servo Sofredor: Jesus Cristo. “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” - Jo 13.15.

Portanto, todo aquele que é convertido em Cristo Jesus é responsável pela imagem da igreja e, principalmente, deve se preocupar com os fracos na fé, refletir mais sobre a compaixão para com o próximo e entender, ou buscar conhecer, o seu chamado no Corpo de Cristo para que o todo seja aperfeiçoado. É importante ter em mente que o exemplo a ser seguido é, e sempre será, o de Jesus Cristo que pagou o alto preço da morte (e venceu a morte!), para que pudéssemos ter vida em abundância.

Soli Deo gloria!